terça-feira, 8 de julho de 2014

Recomendações para as férias!


Como prometido, aqui está uma pequena lista de sugestões de jogos para desfrutar nas férias de julho. Todos eles são da geração 16 bits (Super Nintendo e Mega Drive). Esta é uma geração bastante conhecida pelo pessoal da minha faixa etária mas talvez nem tão explorada por alguns dos amigos leitores.

Antes de chegarmos à lista, alguns comentários:

  • Todos os jogos que irei me preocupar em sugerir são bite size: jogos razoavelmente curtos que você vai poder dominar em pouco tempo.
  • Imagino que a imensa maioria dos leitores conheça a geração em questão de maneira razoavelmente boa/ótima, então vou me preocupar em sugerir títulos menos conhecidos. Não tem graça ler as sugestões quando tudo que vai encontrar são jogos que certamente já conhece, não é mesmo?
  • Não é à toa que este post veio depois do ensaio sobre gráficos. Desarme-se! Tente aproveitar a essência destes jogos levando em consideração as limitações técnicas da época. Serão experiências muito boas, garanto, mas um pouco de boa vontade neste aspecto sempre ajuda.
Chega de enrolação, a lista segue:

1. Demon's Crest (SNES, Capcom, 1994)





Acho que alguns aqui vão pensar que enlouqueci. Demon's Crest é bem conhecido pelo público mais hardcore mas é um jogo que passa meio despercebido por muita gente que não teve a oportunidade de conhecer sua geração direito. Considerado underated por muitos (talvez pela enorme concorrência de outros títulos que teve no seu período de estréia) é uma das pérolas do SNES.

O que falar do jogo? Plataformer na sua melhor forma com inúmeros elementos de RPG. Jogo curto porém robusto que sabe expandir seu mundo e recompensar aqueles que tem paciência de explorá-lo. Este vai ocupar fácil a sua pauta por, pelo menos, 3 dias.


2. Adventure Island 2 (SNES, Hudsonsoft, 1994)




Muitos devem conhecer o Super Adventure Island 1, jogo muito famoso da época, mas acho que não são muitos que conhecem a sequência do jogo. Eu mesmo só fui conhecer a obra depois de velho, quando decidi cascavilhar a biblioteca da geração 16 bits em busca de coisa que nunca tinha jogado.

Não tem onde errar aqui: misture side scrolling com elementos de RPG, uma leve pitada de Metroid e adicione cenários alegres e músicas viciantes e você tem um jogo para lembrar pelo resto da vida. Vale apena conferir! Este deve durar uns 3 dias na pauta dos jogadores de primeira viagem.


3. Sparkster: Rocket Knight Adventures 2 (Mega Drive, Konami, 1994)




Esse é o tipo de jogo que, depois que você vira fã, você enlouquece. Já vi muita gente defendendo a possibilidade deste ser o melhor plataformer do Mega. Exageros a parte, é um grande jogo e merece ser jogado. O desafio aqui é grande: a jogabilidade é simples mas não é fácil. O jogo vai ocupar sua pauta por 2 dias no modo fácil mas vai levar uma vida inteira pra dominar no hard.



4. Dynamite Headdy (Mega Drive, Treasure, 1994)




Alerta! Jogo da Treasure!!! Jogo da Treasure!!!

Sério, nunca em minha vida eu joguei um jogo ruim da Treasure. Todos são jogos muito bem produzidos, fetos para você guardar na lembrança pelo resto da vida. Se você nunca jogou um jogo da Treasure na vida, está aí uma ótima porta de entrada.

Dynamite Headdy é um jogo de dorgas além do limite do infinito. Muito criativo e bem humorado, com o grau certo de dificuldade, vai te prender por, no mínimo 2 dias. Claro, estamos falando de um jogo da Treasure: não espere destrinchar o jogo nas maiores dificuldades de primeira, este vai levar um longo tempo para ser dominado por completo.


Bem, estas são as recomendações prometidas. Joguem com parcimônia e comentem o que acharam de cada uma delas. Se tem alguma que ainda não jogou, dê uma chance! São jogos perfeitos para alternar quando a jogatina de seu jogo principal precisar de um descanso.

No próximo post, vou tentar trazer algo mais recente. Até lá!



segunda-feira, 7 de julho de 2014

Gráficos: Mensagem inicial para os jogadores de ontem, de hoje e de sempre!


Bem vindos ao meu novo Blog, amigos! Espero que esta e as futuras postagens possam vir a contribuir de alguma maneira na jornada gamística de vocês!

Mas, como não fiz este Blog para ficar postando jurumelas, vamos direto ao post de hoje!

Um ensaio sobre a importância dos gráficos de um jogo


Já faz algum tempo. Certa vez, fui até a casa de um amigo meu que é PC Gamer dos mais fanáticos, daquele que se orgulha em mostrar sua máquina meticulosamente montada para todos os possíveis curiosos e que não se envergonha em falar do investimento total no seu passaporte para o Nirvana. Pois bem, eis que, vendo o amigo procurando alguma coisa pra jogar na sua infindável coleção do Steam, decido apresentá-lo a alguns dos grandes clássicos da era 16 bits que povoaram a minha infância:




Três clássicos eternos. Quem os jogou irá me defender...

Pacientemente, com toda boa vontade que se pode esperar de um bom amigo, mostrei cada um dos jogos citados, tentando mostrar os pontos fortes de cada um, aquilo que fazia deles jogos geniais, ao menos para mim. Qual foi minha surpresa quando ouvi que os jogos não seriam jogados NUNCA, o argumento? "Mas Paulo, estes são joguetes datados do passado, não servem mais para mim!" Abaixo, a tela de cada um dos 3 jogos para a avaliação do leitor:




Ok, os jogos podem não ser tão visualmente incríveis quanto Batlefield 4 no "ultra" mas, vamos e convenhamos, a pixelart é de pota nestes daí, hein?


Eu falei de como aquela visão era prejudicial, da quantidade de grandes jogos que iria deixar de jogar por manter aquele preconceito, do número de experiências que iria abrir mão... Mas não adiantava contra argumentar, o homem estava irredutível e poucas coisas na vida são mais irritantes do que discutir com alguém lotado de certezas, não é mesmo? Resultado: perdi a argumentação. Fiquei triste: não sabia ao certo se minha retórica tinha me faltado naquele dia, ou se meus argumentos não se sustentavam ou, o que é pior, se a qualidade dos jogos era puramente sustentada por fatores nostálgicos. Tivesse eu jogado os jogos após a infância, será que teria uma percepção diferente sobre eles?

O tempo passou sem que eu conseguisse encontrar novos argumentos para aquela velha discussão que se perpetuava na minha cabeça: afinal de contas, qual o real papel dos gráficos em um jogo?

Faz pouco tempo que terminei a remasterização em HD de Okami no Playstation 3 (um jogo do final da geração do Playstation 2, já com mais de 8 anos). Jogo fantástico, falarei dele em outra oportunidade. A exposição prolongada a toda aquela beleza em Cel Shading me fez refletir novamente sobre o papel do aspecto visual de um jogo...




Quem nunca jogou, vale a pena conferir!





Jogar este jogo me fez perceber algo muito importante. Quando uma pessoa escreve uma poesia, as palavras são usadas para representar algo mais complexo: a beleza de algo ou mesmo sentimentos. A mesma coisa acontece, por exemplo, na pintura de um quadro surrealista: formas irreais são usadas para se englobar sentidos mais abstratos. O papel dos gráficos de um jogo é algo semelhante! Claro! Okami não seria melhor ou pior se seu estilo fosse mais realista, no lugar disso, ele usa suas formas cartunescas para representar coisas mais abstratas! O papel dos gráficos de um jogo é tão somente levar a imaginação do jogador pela mão em direção a algum sentido!

Sendo assim, um jogo não precisa ter gráficos realistas ou de ponta para ser bonito. Basta que seja visualmente harmônico (ie.: tenha boa direção de arte).

No entanto, esta não é uma conclusão tão óbvia quanto possa parecer para alguns. Atualmente, ela nunca esteve tão bem escondida! A competição tecnológica entre as plataformas sempre foi uma coisa que as empresas levaram muito a sério e um tema que marketing agressivo nunca deixou de explorar:




"Sega does what Nintendon't!"

Nas últimas gerações, esta temática de propaganda só tem se intensificado de maneira que, os gamers mais "hardcores" as quais estas plataformas foram destinadas, praticamente absorveu a informação de que "quanto melhor o gráfico, melhor o jogo!".




 "Porque não interessa o que o jogo tem, gráfico é tudo que importa e vai importar!" De que outra maneira as grandes empresas poderiam justificar a aceitação da substituição contínua de hardware? 

Agora, atenção. Não vim até aqui dizer que gráficos realistas e de ponta é algo ruim para os jogos. Não! O que estou tentando dizer é que, toda esta campanha em busca da supervalorização dos gráficos é nociva para todos nós: jogadores e indústria. Quantas empresas fecharam desde que os custos de produção cresceram exponencialmente? Quantos jogos tiveram seu público alvo trocado visando mais lucros? Quantas políticas absurdas e mercenárias foram implantas? Valeu a pena trocar tudo isso por mais polígonos? Gráficos de ponta é sempre um recurso excelente, mas não se esqueça que um jogo é bem mais do que apenas gráficos!


Final Fantasy XIII é um grande jogo, mas é triste lembrar de tudo que abriu mão em nome de um dos melhores gráficos de seu tempo.

Algo de valor que todo bom gamer deve compreender é que, a capacidade da humanidade de fazer jogos excelentes sempre existiu. Jogos excelentes são feitos hoje da mesma forma que eram feitos no passado, o que devemos nos perguntar é: vale mesmo a pena abandonar toda genialidade de antigamente por causa das limitações técnicas que esses projetos enfrentaram? A resposta deve ser fácil...

Este Blog é destinado, em grande parte, aos meus amigos (que os demais não se sintam excluídos, por favor, haha) que, na sua maioria, tiveram pouco ou nenhum contato com grandes obras do passado dos games. Espero que esses leitores, após esta postagem, estejam um pouco mais desarmados em relação a experimentar grandes obras e saber apreciá-las independente da sua época afinal, um clássico é sempre um clássico!

No próximo post, trarei sugestões de grandes obras ótimas para passar estas férias! Algumas delas (senão todas) serão meio antigas, então este já foi um preparatório do que está por vir! Até lá!